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Metodologia

A metodologia utilizada na escola é a que mais vem sendo estudada nos últimos anos no que diz respeito ao ensino de línguas estrangeiras: a abordagem comunicacional. Nesta abordagem não nos ligamos somente à perspectiva comunicativa nem tampouco somente à perspectiva acional mas retira-se das duas perspectivas aquilo que elas podem oferecer de melhor para o ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira. 

Os fenômenos sociais se inter-relacionam a partir dos indivíduos, estes por sua vez agem de modo racional. Esse agir de maneira racional nos traz à lembrança a antiga maneira de ensinar línguas a partir da tradução comparativa. Essa é uma prática já não efetiva no ensino de línguas, ação que evitamos utilizar em sala de aula, inclusive por não colaborar para a ação do estudante de sala. 

Seria muito mais simples traduzir a palavra, e o estudante anotar, porém, quando a gente força a capacidade cognitiva do estudante para que ele aprenda de modo visual, ou intuitivo, ou qualquer outro meio, o estudante se coloca como agente de seu aprendizado.

Para Christian Puren (2014) já não se deve dividir as perspectivas, sendo que cada uma delas tem valor na construção do conhecimento. Por isso a perspectiva comunicacional tem se mostrado efetiva nos dias atuais. Além disso, utilizamos como base o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, pois é nele que se baseiam a maioria dos métodos hoje encontrados no mercado. 

O Quadro Europeu Comum De Referência Para As Línguas, obra de referência em matéria de ensino/aprendizagem hoje, traz a didática de línguas para uma nova era com a “perspectiva acional”. 

Quebrando barreiras do aprendizado e conectando a comunicação à ação social, o QECRL subverte de uma maneira positiva as representações tradicionais do ensino/aprendizagem/avaliação das línguas-culturas tanto em um nível prático de ensino quanto de processos de aprendizagem.

Ora, para que esta mudança alcance um resultado, é preciso que os atores, aos quais se diz respeito, compreendam profundamente a mudança de paradigma que se opera. Tal é o objetivo do nosso projeto que almeja que passemos da “era comunicativa” para a “era comunicativa acional”, se utilizando de uma abordagem que não seja mais somente “comunicativa” mas “comunic-acional”. 

Não falamos somente de uma comunicação aberta, de serviço e entrega, que fica no intercultural, mas de uma relação na qual não se critique nenhum tipo de abordagem e assim se possa ter a visão do todo, fazendo um curso voltado não só para o aprendizado formal, mas para um ensino/aprendizagem repleto de autoconhecimento, tanto no campo teórico como no campo pessoal, das crenças pessoais, nunca deixando de lado a subjetividade do estudante enquanto ‘auto formador’ de conteúdo. 


Nosso aprendizado é, portanto, complexo, segundo Edgar Morin (1990).

 

Desta forma nossos professores procuram sempre partir de um exemplo, em todos os níveis, para dar ao aluno a oportunidade de observar a situação e entender o contexto antes mesmo de traduzir diretamente as palavras, expressões, frases utilizadas “Quando o estudante presta atenção à mensagem, ou seja, ao sentido, ao conteúdo dos textos, e quando lhe é dada a oportunidade de expressar uma intenção de comunicação pessoal, ele está mais motivado e mais propício para a aprendizagem”. (COURTILLON, 2003, p.53)

Acontece então, ou procuramos fazer com que aconteça na maior parte das vezes: “compreensão < > reconhecimento/detecção > memorização > produção” (COURTILLON, 2003, p.53). Como os professores fazem os alunos se darem conta que são eles mesmos os principais agentes de seu processo de aprendizagem? E, como o professor conseguirá ensinar se os alunos não estão abertos para aprender uma língua estrangeira, ou estão muito apegados à primeira língua? 

Para responder estas perguntas começamos com uma citação de Janine Courtillon: “a aquisição da fala não pode ocorrer em melhores condições do que através da prática espontânea da linguagem. ” “as trocas na língua se torna naturais se o professor der aos alunos a iniciativa, (...)” . (COURTILLON, 2003, p.64,65)


Sobretudo, os professores, a partir do momento que eles criam condições que se aproximam da vida real, que eles escolhem temas pertinentes à vida do aluno, que ele faz atividades interativas e variadas, quando eles se interessam em responder perguntas não oralizadas, se interessam na vida dos alunos como seres humanos, acima de tudo, quando eles não tratam os alunos como se eles não soubessem nada da língua, neste momento os professores captam a atenção dos alunos, eles conseguem mostrar que aprender, não importa o quê, é importante para a vida. “Você não pode equiparar o aprendizado de outras disciplinas ao aprendizado de uma língua estrangeira. O estudante já tem a prática de uma língua, ele deve transpor novos sinais em vez daqueles que costumava usar (...) Nós (os professores) não transmitimos uma prática, nós permitimos sua aquisição.” (COURTILLON, 2003, p.54)

Segundo Adail Sebastião (UFOP) : « Ensinar a língua é percebê-la como organização formal que se presta às funções sociais de usos da linguagem para fins de comunicação efetiva » (p.21). Sobre a ação de ensinar língua estrangeira Adair Bonini (UFSC) diz: “o objetivo principal do professor é apropriação pelo aluno das manifestações culturais que emergem da historicidade humana” (2013,p.33). E Vilson J. Leffa (UCPEL), em relação ao aprendizado : “Aprender uma língua estrangeira não é um conhecimento a mais que se adquire e que se soma ao que já temos, como se fosse uma mercadoria acrescentada ao patrimônio.

 

O que é estrangeiro e, portanto, estranho a nós, precisa penetrar na nossa intimidade, provocando um estranhamento que mexe na nossa estrutura psicomotora, afetiva, cognitiva e social.” (LEFFA in SILVA ; ARAGÃO (orgs.) 2013, p.76) Eles falaram isso a partir da seguinte questão: “O que é ensinar/aprender uma língua?”

 

Quando pensamos em uma resposta, afirmamos que: ensinar/aprender (pois quando ensinamos, também aprendemos, e muito) uma língua estrangeira é dar a possibilidade de ser em diferentes contextos sociais. 

Seja comunicando ideias, seja dando opiniões, seja em uma simples conversa (interação), seja fazendo uma pesquisa sobre a internet. 

Partimos do pressuposto de que é preciso amar o que se faz enquanto professores. Trazendo assim as ideias de Wallon (ainda que voltado para o ensino infantil), levando em consideração a importância da afetividade tanto para com os estudantes como para o próprio processo de ensinar/aprender. 

 

Há portanto a necessidade de integração entre o organismo-meio. Não é somente língua francesa, mas todo um sistema subentendido que precisa ser desvelado passo a passo. Não é somente a emoção, sentimento, paixão do nativo/estrangeiro é como o estudante se sente ao aprender.

 
Todo ensino passa pela afetividade. Deste modo tentamos ofertar aos estudantes um ambiente agradável, prazeroso, divertido, no qual eles podem expor seus pontos de vista sem serem censurados ou terem sua subjetividade diminuída. 


Os manuais (livros didáticos) oferecem aos estudantes uma gama de informações modernas, que têm diretamente a ver com o mundo agora, podendo o professor complementar sempre. 


As quatro competências do aprendizado são abordadas frequentemente, e isso faz com que os estudantes consigam desenvolver de modo equilibrado cada uma delas. 


Por fim, acreditamos que nossas metodologias não são rígidas, e assim sempre poderemos nos especializar nos meios mais efetivos de se ensinar uma língua estrangeira. 
 

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